O que significam para os doentes os mais recentes desenvolvimentos da Sanofi na área da asma?

Amlitelimab: enfoque na asma sensível à inflamação

A maior atenção recai sobre o medicamento amlitelimab, que, num recente estudo de fase 2, apresentou resultados preliminares promissores. O estudo foi dirigido a pessoas com asma moderada a grave asma e demonstrou uma redução clinicamente relevante nas crises de asma com uma dose específica. Foram ainda observadas melhorias na função pulmonar e no controlo global da asma. 

Num subgrupo com níveis elevados de eosinófilos e neutrófilos, o amlitelimab demonstrou uma redução superior a 70% nas exacerbações. Estes resultados preliminares oferecem perspetiva para pessoas com a chamada asma inflamatória heterogénea: uma forma de asma em que múltiplos processos inflamatórios ocorrem em simultâneo e em que as terapêuticas existentes frequentemente não são eficazes. 

Apesar de o medicamento ainda se encontrar em fase de investigação, já se discutem os potenciais benefícios: menos exacerbações, melhor função pulmonar e menor necessidade de medicação. O efeito prolongado (até 12 semanas entre injeções) poderá ainda reduzir a carga do tratamento para os doentes. 

O que distingue o amlitelimab?

O amlitelimab é um anticorpo monoclonal que inibe o OX40-Ligand — uma proteína que desempenha um papel fundamental na estimulação das reações inflamatórias no sistema imunitário. Ao bloquear esta proteína, o medicamento contribui para um melhor equilíbrio do sistema imunitário, sem inativar por completo as células imunitárias. Isto torna-o um potencial candidato para a estabilização prolongada da asma sensível à inflamação. 

O estudo de fase 2 demonstrou que os efeitos adversos foram ligeiros a moderados e comparáveis ao placebo. Os efeitos secundários mais frequentes incluíram COVID-19, bronquite e cefaleias. Está já previsto um estudo de fase 3 para confirmar estes primeiros resultados. 

Lunsekimig e Itepekimab: mais opções em desenvolvimento

A Sanofi está igualmente a investigar outros medicamentos, como lunsekimig e itepekimab. Lunsekimig tem como alvo duas proteínas inflamatórias, IL-13 e TSLP, que desempenham um papel importante na asma, contribuindo para a resposta inflamatória nas vias respiratórias. Esta abordagem visa atuar em diferentes fases do processo inflamatório em simultâneo, permitindo que o sistema imunitário se mantenha mais equilibrado. Os ensaios clínicos continuam em curso, inclusive em pessoas com DPOC. 

Itepekimab tem como alvo a IL-33, uma substância inflamatória frequentemente elevada em doenças respiratórias. Este medicamento está também a ser testado para a asma e para a DPOC, bem como em pessoas com sinusite crónica. Para ambos os medicamentos, os resultados são esperados para 2025 e 2026. 

O que significam estes desenvolvimentos para si?

Se convive com asma que responde mal aos tratamentos atualmente disponíveis, estes novos desenvolvimentos podem ser promissores. São dirigidos especificamente a formas de asma em que a inflamação não pode ser controlada de forma clássica. Isto poderá oferecer novas opções terapêuticas no futuro. Contudo, é importante salientar que estes medicamentos ainda se encontram em fase de investigação e, por conseguinte, (ainda) não estão disponíveis para utilização generalizada. 

Olhando em conjunto para o futuro

Os desenvolvimentos na Sanofi demonstram que existe uma dinâmica significativa no tratamento da asma grave. Novos conhecimentos e tratamentos estão em desenvolvimento, o que poderá, para algumas pessoas, fazer a diferença entre uma vida repleta de limitações e uma vida com maior liberdade para respirar. Continuaremos a acompanhar de perto o progresso destas inovações e a mantê-lo informado sobre os desenvolvimentos relevantes. 

Em conjunto com a Dokteronline, podemos encontrar o caminho certo que se adapta à sua situação específica.